sábado, 11 de agosto de 2007

A última vez (de Alma Welt)

(110)

Esperei-te além do meu limite,
Eu que mal o tenho, na verdade,
Dirigi-me ao teu quarto sem convite,
E meti-me no teu leito com vontade.

Estava eu nua e tu um pouco tonto:
O teu mastro somente semi-pronto,
Tive que pegá-lo com prazer
Para conduzí-lo ao seu dever.

Então, ao dares conta do ocorrido
Estavas de novo em tuas moradas
Tal como houveras prometido,

Criança, ao escolher estes dois ninhos
Nos recém-descobertos buraquinhos
Pra serem lar de nossas almas exiladas...*

15/01/2007

Nota da editora:

* Esta foi última vez que Alma esteve com Rôdo. Entre duas almas ardentes e tão simbióticas o incesto fora inevitável desde a infância, apezar dos esforços da Mutti para separá-los. Quanto a mim, sempre os compreendi e protegi como pude.
Eles foram feitos um para o outro, e seu amor, paixão mesmo, era tão grande que ninguém tinha o direito de intervir. Cheguei a pensar que Rôdo não sobreviveria à morte da Alma...

Um comentário:

Anônimo disse...

Interessantíssma a relação sexual entre irmãos. A sociedade condena, a igreja católica execra, amaldiçoa. Vejo o incesto como um gesto normal, os nossos índios dão exemplo desta relação casando-se na mesma família e procriando. Não há mal algum se o maor está presente.