sábado, 4 de agosto de 2007

Eu, de meu cão (de Alma Welt)

Uma tarde, saindo com meu cão
Senti forte apelo da bexiga
E como, pensei, um cão não liga,
Tratei de agachar-me e ali no chão

Fazer sobre a relva o meu xixi
Pois eu lera sobre as donzelas celtas
Que urinavam na charneca por ali
E creíam que as fazia esbeltas.

Mas eis que inusitado entra o cão
Na estória e também dentro de mim
Que não tivera, ai! nem tempo nem ação

Pois montou-me num tom peremptório
E fisgando-me co'aquele arpão carmim
Fez-me ver de quem era o território...

15/12/2006

Um comentário:

Anônimo disse...

Belo soneto, bela mulher e seu cão nas pradarias gaúchas, amor, amor demais na alma desta mulher, desta poeta que deve ser lida por todos os brasileiros.