Quando guria recebi aqui na estância
A visita deslumbrante de uma prima
Que vi como encarnação da infância
Sulina, clara e ingênua obra-prima.
E não pude resistir a convidá-la
Ao galpão, meu “templo dos amores”
Onde eu poderia “fazer sala”
Mostrando meus brinquedos e pendores.
Mas lembro que surgiu a dona Ana
E nos interrompeu doce colóquio
Com a varinha de marmelo açoriana
Quando já nos reclinávamos na palha,
Eu a contar a saga do Pinóquio,
Sem o mágico nariz, que é minha falha...
(sem data)
quinta-feira, 11 de junho de 2009
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Banho de inverno na cascata (de Alma Welt)
Os dias estão frios, não escuros,
E não quero esse inverno a afligir-me,
Mas inquieta me porei em ais e apuros
Com meu mano à cascata ao dirigir-me
Pois sou logo atraída pelas águas
E mesmo me desnudo a tiritar
E faço o meu banho de espantar
Com Rodo a aspirar minhas anáguas.
Então é a vez, eu já vestida,
Do pênis deste atleta de praínha
Fazer nessas águas a investida
Pois já me acolhera no seu pala
Aquecida no seu peito, assim nuínha,
E dissera-me, apontando: “mira, estala!”
(sem data)
E não quero esse inverno a afligir-me,
Mas inquieta me porei em ais e apuros
Com meu mano à cascata ao dirigir-me
Pois sou logo atraída pelas águas
E mesmo me desnudo a tiritar
E faço o meu banho de espantar
Com Rodo a aspirar minhas anáguas.
Então é a vez, eu já vestida,
Do pênis deste atleta de praínha
Fazer nessas águas a investida
Pois já me acolhera no seu pala
Aquecida no seu peito, assim nuínha,
E dissera-me, apontando: “mira, estala!”
(sem data)
sábado, 6 de junho de 2009
O Duplo da Alma (de Alma Welt)
Uma noite desci do leito meu
Por sentir a presença de alguém
Numa alta madrugada de Romeu
Quando a cotovia era por bem
E não o rouxinol do anoitecer...
Julieta ou Psiqué sem lampião,
Subi à mansarda do irmão
E empurrei a porta sem bater
E bah! O que vi mal suportei
E o forte coração se dissolveu:
Ali estava a outra que era eu,
Nua nos braços do belo jogador,
Alvas pernas no ar, fazendo amor
Do jeito que eu mesma me ensinei...
(sem data)
Por sentir a presença de alguém
Numa alta madrugada de Romeu
Quando a cotovia era por bem
E não o rouxinol do anoitecer...
Julieta ou Psiqué sem lampião,
Subi à mansarda do irmão
E empurrei a porta sem bater
E bah! O que vi mal suportei
E o forte coração se dissolveu:
Ali estava a outra que era eu,
Nua nos braços do belo jogador,
Alvas pernas no ar, fazendo amor
Do jeito que eu mesma me ensinei...
(sem data)
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