segunda-feira, 23 de julho de 2007

O segredo do meu vinho (de Alma Welt)

(12)

(dos "150 Sonetos Pampianos da Alma")


Ali onde a colina encontra a lua
Como imenso sonho branco a flutuar
Contra a nave em silhueta do lagar
Quantas vezes sobre as uvas me pus nua!

A invocação de Dioniso é o caminho
E deve ter ritual inusitado:
Somente o meu corpo despojado
Pode chamar as forças do meu vinho.

Então eu sento sobre o sangue do lagar
Em puro êxtase, no tempo de sangrar...
Eis revelado o segredo do meu tinto.

Não me venham dizer qu'isto é de demos,
Não percebem o buquê como é distinto?
Ao aroma e cor da Vida, ah! brindemos!

05/01/2007

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