A trilha que leva à minha cascata,
A cantar percorro todo dia,
Descalça, pois retiro a alpargata
Para sentir do solo a energia.
E logo vou a blusa retirando
Ou o vestido inteiro, se é o caso,
Depois a calcinha ali deixando
Na senda como rastro e ao acaso
De belas tramas um tanto obsoletas
Pois me dou à transparência destas àguas
(que nunca me escondi em vãs anáguas).
Depois saio brilhando, nada feia...
E mais: para atrair as borboletas,
Me agacho crua a urinar sobre a areia.
(sem data)
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Nota
Encantada, acabo de descobrir na arca da Alma este soneto lindo, ligeiramente erótico, que revela algo que eu mesma testemunhei algumas vezes: nua, Alma urinava na areia da prainha da cascata, e logo ali se fazia uma revoada de borboletas que apreciavam o sal ou a amônia onde pousavam numerosas, sugando, para encanto de minha bela irmã, que eu ficava olhando, admirando, como uma ninfa que ela realmente era. (Lucia Welt)
domingo, 27 de julho de 2008
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