sexta-feira, 24 de abril de 2009

O espírito do vinho (de Alma Welt)

O ser que vive em nossa adega
Vela o eterno sonho desse ninho,
Brinca de deixar a alma cega
E nomeia-se “o espírito do vinho”.

Eu sei, ele mesmo me tomou
E me fez aos quinze desnudar-me,
Tateando quando a luz aqui faltou
Para ir ao sótão e entregar-me.

Depois de cada festa pampiana,
Lá estava sussurrando do meu lado,
Instando-me a correr esse perigo:

Eu tinha que passar pelo inimigo,
O sono leve da matrona Açoriana,
Para em risos colar no irmão amado...

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